13/08/15

Meses difíceis...

 ...e o inevitável aconteceu...
 Passaram doze meses desde a última vez que te vi. Doze meses que se cumprem hoje desde que o céu ganhou mais uma estrelinha de quatro patas; que me protegeu até hoje e que, certamente continuará a proteger durante o tempo que aí se avizinha.
 Poderia estar aqui a repetir o porquê de teres sido e continuares a ser a minha melhor amiga, mas se calhar vou optar por um outro tipo de desabafo. Vou tentar exprimir em palavras tudo aquilo que eu sinto quando ouço o teu nome e quando vejo a tua manta no meu quarto. Referir-me-ei, também (se conseguir), a todos os nossos momentos que nos encheram os corações.
 Viveste comigo desde os meus 5 anos e com tristeza afirmo que não aguentaste até a minha chegada à idade adulta. Eu sei que, de onde estás, conseguiste ver tudo e acompanhar esse dia tão especial com ainda mais atenção e carinho. Mas a verdade é que queria ter-te segurado enquanto me cantavam os parabéns. Queria a tua companhia e amor. Aliás, a melhor prenda que me poderiam ter dado, eras mesmo tu... Mas é impossível agora... Estás tão longe de mim, num mundo completamente distante e diferente, mas ao mesmo tempo tão pertinho dentro do meu ser e da minha alma. Fazes parte de mim, sabes bem. E custa continuar a vida quando alguém que me provoca um sentimento tão forte, vai simplesmente embora e essa perda causa danos irreversíveis. Danos esses que simplesmente não passam com o tempo. Pelo contrário. Apenas dói cada vez mais ao deitar-me todos os dias sem te ter ali do meu lado para poder descontrair e relaxar. O passar do tempo apenas contabiliza os meses (e agora os anos) desde que te perdi e modela o rumo da minha vida sem te ter...
minha bebé 
 Mas afinal, quem sou eu para falar assim da morte e da ausência que ela nos provoca? Posso não ter perdido muito, mas perdi as duas "pessoas" (avô e melhor amiga) que me eram mais queridas, e nada nem ninguém, vai tomar o lugar delas, nem muito menos vai amenizar o sofrimento que essa ausência nos causa. E agora, ganhei medo. Um medo que se torna quase num pavor. Medo de perder mais alguém. Medo de passar por toda esta dor outra vez... Instala-se em mim uma angústia tão grande, uma agonia que não dá simplesmente para ser verdadeiramente feliz. 
 No entanto, apenas tenho dezoito anos... Não posso viver a minha vida com medo. Porém, tem sido essa a cor dos meus dias. 
 Fica novamente muito por escrever e desabafar... Mas que posso eu fazer se esta dor ainda é tão forte e não desvanece?? Espero que daqui uns tempos, tudo se torne mais fácil (o que tenho sérias incertezas).
 Como popularmente se diz: O futuro a Deus pertence...